Ministro Cyro dos Anjos

Romancista, professor, advogado, jornalista, memorialista, cronista… são tantas as atividades que exerceu o mineiro Cyro Versiani dos Anjos quanto os seus múltiplos títulos e talentos. Nascido em Montes Claros em 5 de outubro de 1906, tornou-se bacharel em Direito pela UFMG no ano de 1932. Durante a faculdade, trabalhou em diversos jornais de Belo Horizonte como o Diário da Tarde, Diário do Comércio, O Estado de Minas e A Tribuna, dentre outros. Exerceu a advocacia por alguns anos antes de ocupar cargos importantes na administração estadual – como o de oficial de gabinete do Secretário das Finanças, oficial de gabinete do Governador, Diretor da Imprensa Oficial, além de Presidente do Conselho Administrativo do Estado.

Fundador e docente do curso de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Minas Gerais, em 1946 se transfere para o Rio de Janeiro onde iniciou sua carreira como funcionário do Governo Federal. Durante o governo de Gaspar Dutra foi assessor do ministro da Justiça e presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – IPASE.

“Quem quiser que fale mal da literatura. Quanto a mim, direi que devo a ela minha salvação. Venho da rua deprimido, escrevo dez linhas, torno-me olímpico…”

Entre 1952 e 1954, foi enviado pelo Itamaraty para ocupar a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade Autônoma do México e na Universidade de Lisboa. De volta ao Brasil foi nomeado subchefe do Gabinete Civil do governo Juscelino Kubitschek em 1957 e participou da Comissão de planejamento da Universidade Nacional do Brasília na qual veio a lecionar e coordenar o Instituto de Letras da mesma Universidade.

Tomou posse como ministro do TCDF em 1960 sendo eleito seu primeiro presidente, função que exerceu mais quatro vezes nos 15 anos em que serviu a Corte de Contas do DF. Presidiu o Tribunal durante os seus quatro anos iniciais dando estruturação e funcionalidade ao órgão e enfrentando com probidade e espírito público as fragilidades administrativas, econômicas e legais da capital recém-inaugurada.

Entrou para o rol dos imortais ao ser eleito em 1º de abril de 1969 como membro Academia Brasileira de Letras, sendo o quarto ocupante da Cadeira 24, que pertencia ao poeta Manoel Bandeira. Também foi nomeado Membro da Academia de Letras de Minas Gerais, da Academia de Letras de Brasília e da Academia de Letras de Montes Claros.
Reconhecido como o romancista mais poético da geração de 30, Cyro dos Anjos registrou em suas obras os problemas e contradições do país. É autor de O amanuense Belmiro, 1937; Abdias, 1945 (premiado pela ABL); A criação literária, 1954; Montanha, 1956; Poemas coronários, 1964; Explorações no tempo, 1963 e A menina do sobrado, 1979 (estes dois últimos premiados pelo PEN Clube do Brasil e Câmara Brasileira do Livro).

Aposentou-se em 1976, completando 52 anos de serviço público. Voltou a residir no Rio de Janeiro, onde continuou ministrando aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até falecer, no dia 4 de agosto de 1994, aos 88 anos.

PRINCIPAIS OBRAS DE CYRO DOS ANJOS

ANJOS, Cyro dos. O Amanuense Belmiro: romance. Belo Horizonte: Amigos Do Livro, 1937.

ANJOS, Cyro dos. O Amanuense Belmiro: romance. Belo Horizonte: Amigos Do Livro, 1937.

ANJOS, Cyro dos. O Amanuense Belmiro: romance. Belo Horizonte: Amigos Do Livro, 1937.

ANJOS, Cyro dos.  A criação literária. Salvador: Universidade da Bahia, 1954.

ANJOS, Cyro dos. Explorações no tempo: memorias. Rio de janeiro: J. Olympio, 1963.

ANJOS, Cyro dos. A menina do sobrado. Rio de janeiro: J. Olympio, 1979.

ANJOS, Cyro dos. Poemas coronários. Brasília: Universidade de Brasília, 1964.

MIRANDA, Wander Melo (Org.). Cyro e Drummond: correspondência de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Biblioteca Azul, 2012.

Academia Brasileira de Letras, pelo romance Abdias, em 1945.

PEN-Clube do Brasil, pelos livro Explorações no Tempo, em 1963.

Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, pela publicação de A Menina do Sobrado, em 1979.