Autor: Jean-Paul Didierlaurent
Um homem com uma vida calma, poucos amigos, sonhos escassos e um hábito que o faz diferente dos demais: todos os dias pela manhã, lê páginas de livros diversos para o público do trem, sem receber nada além da própria satisfação na tarefa. O moço em questão trabalha numa usina que destrói livros. Sim, um leitor que faz livros tornarem-se poeira. A parte boa, ou melhor, ótima é perceber como a tragédia da destruição ganha reconstrução alegre nas páginas do autor. O livro cativa desde a primeiras palavras, pela forma poética que o autor cria as situações e as descreve com doçura singular num plural de letras desenhadas em harmonia. É o tipo de livro que vai despertando sorrisos, faz o leitor torcer pelo cavalheiro do trem, principalmente quando este encontra um pendrive com textos de uma desconhecida, que ao longo das páginas vai ganhando nome, encanto e vontade de fazer nosso querido personagem encontrar sua moça além das palavras, como num conto de fadas moderno, sem príncipe, porém com final que deixará quem lê feliz.
Como citar este livro:
JEAN-PAUL, Didierlaurent. O leitor do trem das 6h27. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. 175 p.